Pixels Camp v3.0 – #4: Topos, fundos e wrap up
Aconteceu novamente a peregrinação anual(-ish) de geeks a Lisboa. Como é habitual, foi “o melhor Pixels Camp de sempre”. Como é habitual, há ainda tanta margem para crescer e melhorar.
Publicado Tuesday, April 23, 2019 at 5:00 PM
Topos
Pessoas
Sempre as pessoas. Pessoas de todas as formas e feitios. O melhor disto são sempre as pessoas. Normais, esquisitas e outras. Com conhecimentos específicos ou jacks-of-all-trades. Software developers ou makers. Engenheiros ou artistas. Tantas. Pessoas. Interessantes.
O regresso dos tacos
Digam o que disserem das bifanas ou das almôndegas, se são nucleares, são tacos. E se são tacos nucleares, são feitos segundo as especificações do Pedro Couto e Santos. E, oh céus, como foram.
A afirmação do novo Quizmaster
Havia sempre a dúvida se o Carlos Rodrigues tinha tido sorte de principiante na última edição (apesar duma celsada), ou se era mesmo digno do manto.
Yep, confirma-se: é mais que digno do manto.
Patrocinadores
Sejamos realistas: isto não se fazia sem os patrocinadores. Pelo menos, não desta forma. As várias empresas do grupo Sonae, a Microsoft, a Cisco, a Talkdesk, a Siemens, a Feedzai, a Beta-i, a Taikai, a UTRUST, até a muito séria e engravatada SIBS, e a ainda mais séria e engravatada Fundação Gulbenkian, e mais uns poucos que é uma injustiça estar aqui a esquecer-me.
E, claro, a Bright Pixel, que organiza esta coisa toda e consegue convencer estes patrocinadores todos.
E os patrocinadores começam a acreditar no evento a sério, e isso nota-se – de todos os sítios onde se podia notar – nos prémios. Com muita ginástica financeira por parte de organização, concerteza, mas o nível dos prémios subiu muitos furos desde a última edição.
Não é que alguém participe pelos prémios – é mais pelos bragging rights e pela eventual oportunidade de negócio – mas é bom notar que há um esforço nesse sentido. E isso só é possível graças aos patrocinadores.
TAIKAI
A TAIKAI tinha, provavelmente, muito a provar no Pixels Camp. Funcionaria, ou ia dar o berro a meio? A utilidade seria confirmada? Haveria adesão?
Funcionou. Foi útil. O pessoal aderiu.
É capaz de ter sido o sistema de voto mais simples desde as palmas do Codebits VII, mas muito mais transparente e verificável. Tinha – e tem – os seus quirks, o que é normal numa plataforma novinha em folha, mas cumpriu o serviço com distinção.
É para seguir com atenção o que é que esta gente vai fazer a seguir.
Fundos
Networking
O wireless ser uma miséria, sobretudo no primeiro dia, é já um clássico Pixels Camp (como era no Codebits).
Mas este ano foi absolutamente miserável, e não se restringiu ao wireless. A própria rede cablada vacilou forte e feio durante os três dias, com largas horas sem acesso.
É muito difícil fazer uma boa participação numa hackathon assim, sobretudo se estás a trabalhar com IoT, que foi um dos pratos fortes desta edição.
O meu cérebro derrete um bocadinho ao pensar em ligar ~1000 pessoas (cada uma com pelo menos dois dispositivos) à internet da mesma localização, e por isso condoo-me com quem tem que planear este bicho. Mas se há ponto a resolver com urgência para a próxima edição, é este.
Comida… outra vez
Eu sei, clássico.
A comida é meio fatela. Os noodles já são meme por esta altura. Na última edição tivémos umas cenas engraçadas da Bagga, mas nem vê-las este ano.
Não há opções vegetarianas, o que nestes tempos começa a ser bastante problemático. Não para mim, note-se.
Wrap up
Não há como negar o sucesso do Pixels Camp, sobretudo tendo os sapatos do velho Codebits para preencher. Se achei a primeira edição tremida, no mínimo, a segunda já deu passos na direcção correcta, e esta continua a expandir e a melhorar, não obstante parecer-me terem existido alguns pequenos passos atrás.
O orçamento de certeza que não é infinito (pelo menos não é PT-infinito), pelo que haverá sempre concessões a fazer aqui ou ali, mas tudo somado, será dos melhores eventos tecnológicos do país. Sim, incluíndo a treta da WebSummit, que não é um evento tecnológico, mas sim uma central de compras e promoção política.
E há ainda tanta coisa de que eu não falei (Code in the Dark, Security CTF, Presentation Karaoke, Chasing Ghosts, eu sei lá), e que é sempre vários graus de espectacular.
Uma palavra para os voluntários, muitos não-geek, que aturam algumas das nossas idiossincrasias.
E a equipa da Bright Pixel que organiza isto tudo. Nem vou aqui nomear, porque seria uma injustiça das grandes esquecer-me de alguém, e de certeza que iria acontecer.
Até para o ano!